segunda-feira, 13 de maio de 2013

A Impontualidade do Amor







Você está sozinho. Você e a torcida do Flamengo.Em frente à tevê,
devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar. Bem
que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha.

- Trimmm! Trimmm! - É a sua mãe... (quem mais poderia ser?). Amor
nenhum faz chamadas por telepatia. Amor não atende com hora marcada.
Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase "galinha",
sem disposição para relacionamentos sérios. Ele passa bati do e você
nem aí. Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da
vida, desconfiado, cheio de olheiras. O amor dá meia-volta, volver. Por
que o amor nunca chega na hora certa?

Agora, por exemplo, que você está de banho tomado e camisa jeans?
Agora que você está se achando bonito? Agora que você está empregado?
Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retrato e começou
a gostar de jazz? Agora que você está com o coração às moscas e
morrendo de frio?

O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina.
Você passa um ano inteiro hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga e
mal repara em outro alguém que só tem olhos para você. Ou então,
arrasado porque não foi pra praia no final de semana, os seus amigos
estão lá, azarando-se uns aos outros. Sentindo-se um ET perdido na
cidade grande, você busca refúgio numa locadora de vídeo, sem prever
que ali mesmo, na locadora, irá encontrar a pessoa que dará sentido à
sua vida.

O amor é como tesourinha de unha: nunca está onde a gente pensa. O
jeito é direcionar o radar para norte, sul, leste e oeste. Seu amor
pode estar no corredor de um supermercado, pode estar impaciente na
fila de um banco, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar
cantarolando sozinho dentro de um carro. Pode estar aqui mesmo, no
computador, dando o maior mole. O amor está em todos os lugares, talvez
você não o procure direito.

A primeira lição está dada: o amor é onipresente. Agora a segunda:
o amor é imprevisível. Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de
velas, no dia dos namorados. Ou recebe flores logo após a primeira
transa. O amor odeia clichês. Você vai ouvir "eu te amo" numa
terça-feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão, ou quando
você menos esperar. E as flores vão chegar num dia qualquer apenas 
para informar-lhe como você é especial para alguém. assim... sem um motivo
ou data especial.

Passe essa mensagem para outras pessoas. Pode ser que alguém esteja 
precisando ouvir algo reconfortante... Ou mesmo para aqueles que já encontraram 
o Amor, apenas para lembrá-los de valorizá-lo ainda mais.

Espalhe que o amor não é banal. E que, embora estejam distorcendo o sentido
verdadeiro dele nos tempos modernos de hoje, ele existe e o ingrediente mais importante 
da vida, a própria porção mágica da Felicidade. 


texto de Mario Quintana


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